Texto originalmente publicado no blog do Demodê.
Passadas as olimpíadas do Rio de 2016, aos poucos o noticiário brasileiro retoma sua agenda para o desfecho do golpe parlamentar em curso desde maio. É muito peculiar que o Brasil tenha hospedado o maior evento esportivo do planeta em um momento que sua democracia se iguala a países comoHonduras e Paraguai. Estes países, que participaram dos jogos, não obtiveram medalhas, ao contrário do Brasil, que chegou à sua melhor marca olímpica impulsionado pelo outrora tão criticado “bolsa medalha”.
Já na Grécia antiga, as Olimpíadas desempenhavam um papel apaziguador da política. Enquanto ocorriam os jogos, as disputas entre as cidades gregas eram suspensas. Mas não é preciso ir tão longe na história para relacionar a política e o esporte. É notório o fato de que o tricampeonato de futebol masculino, em 1970, colaborou para a permanência da ditadura militar no Brasil por mais alguns anos. Continuar lendo “Olimpíadas, gênero e mídia”